A mostra acontece na Matiz Ateliê Visual, localizada na Rua Padre Bartolomeu Tadei, 49, no Centro de Itu. Entrada gratuita
A diversidade de plantas e de aves da Mata Atlântica é o tema principal da exposição #Apassarada: pinturas de Fabio Marqui, que a galeria Matiz Ateliê Visual inaugurou no dia 1º de dezembro, em Itu/SP. O artista ituano traz de Parati/RJ, onde funciona seu ateliê, um conjunto de telas preparadas especialmente para a ocasião. A curadoria é de Marco Gonçalves, coordenador de atividades do espaço dedicado às artes visuais, aberto em maio deste ano.
Morando em Parati há 11 anos, Marqui teve parte relevante de sua formação artística realizada em Itu, como assistente de Maria Célia Bombana, nome de referência das artes plásticas da cidade, falecida em 2015. Com ela, aprendeu não apenas o manejo de tintas e pinceis como, ainda, a técnica de pintura em azulejos, uma das especialidades de Maria Célia. Posteriormente, o artista ingressou no curso de Arquitetura, mas acabou decidindo estudar artes na Escola Panamericana de Arte, em São Paulo/SP, onde se formou.
De volta a Itu, trabalhou com a queima em azulejos em uma oficina da família por algum tempo, até transferir-se para Parati, onde se dedica à pintura, tanto com tinta acrílica quanto à óleo. Segundo o artista, o tema da exposição guarda relação direta com seu cotidiano em Parati. “Moro numa das cidades que tem a maior incidência de pássaros do país, que reúne observadores de aves e inclusive sedia encontros de passarinheiros”, explica. “A série surgiu há uns sete anos, ou até um pouco mais, e ela vai evoluindo de uma tela para a outra. Tem a ver com essa vivência, de observar os pássaros. É quase uma colagem dos pássaros e das plantas que vejo aqui”, explica o artista.
A passarada é o trabalho mais autoral de Fabio Marqui, mas paralelamente o artista tem dedicado atenção à natureza morta, especialmente a composições em que a comida e o peixe como alimento se destacam. “Observando a pintura do Fabio, a gente percebe uma fusão de matrizes estéticas. Estão ali, convivendo em suas telas, elementos da arte pop, da arte naif e da pintura expressionista do primeiro modernismo no Brasil”, pondera Marco Gonçalves, que conheceu os trabalhos de Fabio Marqui ao circular por Itu, onde vive há quase três anos. “Essa espontânea fusão de referenciais tão distintos é uma das coisas que torna o trabalho de Marqui tão rico e interessante”, finaliza.