Há três anos, o saudoso e clássico disco de vinil passou a reunir famílias de amigos em Itu/SP
Gilberto de Moura não esconde de ninguém o orgulho que tem em dizer que o Clube do Vinil de Itu foi fundado por ele. E não é para menos, pois nos últimos três anos a sua brilhante ideia conseguiu integrar inúmeros sócios adeptos tremendamente apaixonados pelo lendário disco de vinil, mídia analógica que durante longo tempo esteve esquecida, “engolida” pela tecnologia digital na indústria fonográfica.
“Existem vários clubes do vinil espalhados pelo mundo. O vinil, como veículo para músicas e como arte, voltou forte. E no Brasil não poderia ser diferente”, explica Moura. Como Itu está dentro do contexto dos vários clubes do vinil em atividade atualmente no País, ele faz questão de explicar que o fundado por ele difere de outros, sendo que muitos deles têm como propósito explorar a questão cultural, mas, ao mesmo tempo, comercializar discos. “Clube do Vinil de Itu é 100% sem fins lucrativos”, enfatiza Moura.
Ele conta que as primeiras reuniões musicais do clube foram realizadas em sua própria residência, no Condomínio Portal de Itu, onde mantém invejável coleção de cerca 1.500 discos de vinil.
Essa entidade cultural musical ituana tem corroborado para o ressurgimento do uso do disco de vinil em Itu pela “galera” de apaixonados veteranos e, até mesmo, pelos mais jovens, agregando profissionais liberais, médicos, empresários, administradores e professores. Eles se reúnem a cada dois meses nas respectivas residências dos sócios. E o “show” está garantido. Não precisa nem do tradicional esquenta! Nos encontros, os filhos também têm presença garantida, novos adeptos, que irão assegurar o futuro do Clube do Vinil de Itu, segundo Moura.
O empresário e consultor na área de negócios e treinamentos, Luciano Giarrochi, se transforma no DJ Luna e coloca no ar o melhor da música brasileira e outros ritmos contagiantes como rock, pop, soul e aqueles da época da inesquecível discoteca. O fundador do Clube do Vinil de Itu comenta que em algumas reuniões são arrecadados alimentos não perecíveis doados às entidades filantrópicas do município.
O clube mantém um blog e um perfil no Instagram para divulgar discos e suas respectivas atividades. Além disso, publica um livro de crônicas todos os anos. Todos os integrantes possuem carteira de sócio e até uniforme do clube. “A integração, amizade e o bom gosto pela música de qualidade são os pontos altos do Clube do Vinil de Itu, comemorados sempre com um bom vinho”, finalizou Moura.
História e curiosidades
Essa mídia conhecida como Long Play (LP) já foi apelidada carinhosa de bolachão (disco de 12 polegadas – 33 1/3 rotações por minuto – RPM), vinil (como gíria) e disco como ficou conhecida popularmente;
single (discos menores), geralmente de sete polegadas e 45 RPM, nos quais eram gravadas uma música de cada lado;
Wax (cera) é uma gíria em inglês que teve origem devido aos materiais utilizados nos primeiros discos: no início, cera e goma laca, posteriormente; o disco de policarbonato recebeu também outro apelido em inglês: platter, traduzido “prato”; EP (Extended Play) era um formato entre o single e o LP com sete ou 10 polegadas. O “veterano” disco de vinil continua alegrando corações como antigamente e conquistando novos apaixonados por essa tecnologia.
O disco de 78 rotações (78 RPM) existe desde o final do século 19, feito de goma laca; o Long Play (12 polegadas em policarbonato) foi lançado pela Columbia Records no dia 21 de junho de 1948, nos Estados Unidos; no Brasil, o primeiro disco de vinil foi lançado em 1951 com gravações de marchinhas carnavalescas.
Texto: Tucano
Fotos: Arquivo Clube do Vinil

























