ED 151 | Nov/Dez 2024
Em busca de nossas raízes familiares
O tema da edição de número 152 da Revista Campo&Cidade traz um assunto interessante sobre pesquisas, levantamentos e estudos a respeito de origens familiares ituanas.
Em mais este importante trabalho jornalístico histórico temático cultural, o tema Genealogia é o “pano de fundo” para abordarmos a história de alguns laços familiares de Domingos Fernandes e Cristóvão Diniz até hoje, fundadores de Itu em 2 de fevereiro de 1610.
Nossos leitores têm a oportunidade de ler sobre a história de outras famílias ituanas que fizeram suas respectivas “árvores genealógicas” com o intuito de conhecer seus antepassados. Algumas dessas pesquisas resultaram em livros. Outras, em documentos de cidadania estrangeira.
Conhecer nossos antepassados é manter viva a nossa história!
As PANCs foram “plantadas” pela culinária caipira
A cozinha caipira paulista, rica em história e sabores autênticos, carrega em seus ingredientes e técnicas de preparo as Plantas Alimentícias Não Convencionais, conhecidas como PANCs. Segundo Suely Quinzani, advogada e gastrônoma, as PANCs faziam parte da culinária caipira, pois eram facilmente encontradas nos quintais das casas e nas lavouras, na roça. Folhas e raízes como taioba, serralha e ora-pro-nóbis eram comuns e consumidas no cotidiano, uma vez que verduras não eram comercializadas como nos dias atuais.
Com o tempo, muitos desses ingredientes foram substituídos por outros como a alface, a couve e também alguns legumes. Um deles foi a cambuquira, parte comestível do pé de abóbora, amplamente consumida no passado, mas hoje é difícil de ser encontrada. Somente quem cultiva esse versátil legume tem acesso a ela, pois não há comercialização desse produto em feiras livres.
A gastrônoma explica que o termo PANC é divulgado desde 2008 e abrange hortaliças não convencionais e tradicionais, frutas que caíram em desuso como o marmelo e a cidra e partes de ingredientes que geralmente não se usam na alimentação. “O Quiabo todo mundo conhece, mas você sabia que pode comer suas flores? As flores são alimentos não convencionais e a maioria delas é comestível”, ensina.
A popularização recente das PANCs reflete um movimento crescente para preservar o hábito de consumo desses típicos ingredientes caipiras que, muitas vezes, são vistos como “matos” ou plantas daninhas, invasoras e infestantes. “O caruru, que é um amaranto, nasce espontaneamente nos jardins das casas modernas e é considerado um mato”, ressalta. Mas, na verdade, esse “mato de comer” é uma excelente fonte de nutrientes. Para Quinzani, o reconhecimento de plantas tidas como daninhas, mas que são alimentos com grande valor nutricional, é fundamental para a valorização dessas espécies.
Ela também menciona que a valorização das PANCs já vem sendo trabalhada há algum tempo. Há muitos anos, pesquisadores, chefs de cozinha e botânicos têm se dedicado à recuperação e ao incentivo do consumo desses ingredientes. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) realiza anualmente um congresso para divulgar o tema das PANCs, com estudos sobre o assunto, explicou a gastrônoma. “As estratégias de divulgação estão em toda parte para que se volte a valorizar esse tipo de ingrediente. Já são anos que o setor de pesquisadores em botânica e a gastronomia tentam recuperá-los”, garantiu.
Fotos: Coleção Suely Quinzani e Tucano.




